sexta-feira, 20 de maio de 2011

Texto:Como Utilizar as Tecnologias na Escola, do autor Edgar Moran


Curso Proinfo/ Currais Novos/ RN
Cursista: Maria  do Socorro Alves de Morais
Tutora: Paula Edilma

Atividade 3 à distância – 27.04.2011
Unidade 1: Tecnologia de Informação e Comunicação na Educação
Abordagem: Uso das tecnologias no trabalho.
Fundamentação teórica: Ler as páginas 55 e 56

3) Ler o texto o texto “Como Utilizar as Tecnologias na Escola”, do autor Edgar Moran, disponível no site.

   Segundo Moran, o educador precisa aprender a equilibrar processos de organização e de provocação “na sala de aula”. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificá-la, para avançar  para novas sínteses, outros momentos é formas de compreensão existente.
  O professor que dá tudo mastigado para o educando facilita a compreensão, mas transfere para o aluno, como um pacote pronto, o conhecimento de mundo que ele tem.
   A internet está se tornando uma mídia fundamental para pesquisa.O acesso instantâneo a portais de buscas, a disponibilização de artigos ordenados por palavras chaves facilita e muito o acesso as informações necessárias.
    Nesse contexto, o professor é um pesquisador junto com os alunos e articulador de aprendizagens ativas, um conselheiro de pessoas diferentes, um avaliador de resultados. Incentiva seu educando a saber perguntar, enfocar questões importantes, a ter critérios de escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes.


Reflexão: Ativ. em dupla - A aprendizagem na escola e na vida profissional


  Curso Proinfo
Currais Novos, o9 de abril de 2011
Cursistas: Maria José da Silva e Maria do Socorro Alves de Morais
Professora: Paula Edilma
Atividade 1.1   Data:09/04/11

Produza um texto que sintetize suas reflexões acerca da temática estudada. Na produção desse pequeno texto, cada  cursista terá a oportunidade de exercitar a sua capacidade de  síntese. Ao produzi-lo considere as orientações que inserimos a seguir.
1. Debata as questões propostas para reflexão com um(a) colega.

2. Escrevam um breve resumo das principais reflexões da dupla com cerca de 250 a 300 palavras, no editor de texto do   BrOffice,   salvem  o documento na pasta “Meus documentos”, atribuindo um nome que facilite a sua identificação(...)
A aprendizagem na escola e na vida profissional
   Ao debater o texto percebeu-se que o  indivíduo antes de ir à escola tem um encantamento para aprender  com tudo que fascina-lhe   ao seu redor, mas quando chega na escola ele perde esse encantamento, pois  à  escola não usa essa  função   de formalizar intuitivamente  o saber  trazido pelo educando  à sala de aula.
   Durante a educação escolar, a predisposição de caçador- ativo de informação é gradativamente oprimida e os estudantes não aprendem mais interagindo com o meio que o cercam,  dificultando esse aprendizado. Eles são encorajados a serem  receptores passivos de informação e adquirem a ideia de que aprender não é divertido e que esta atividade depende sempre de um professor  para repassar-lhes   informações.
   Após graduação, durante a  vida profissional, as pessoas passam a usar a predisposição profissional-capaz, que pode ser uma combinação das predisposições de caçador-ativo e de receptor-passivo, dependendo  das circunstâncias e do estilo de aprendizagem. Essa  troca de predisposição exige uma certa flexibilidade e, de certa maneira, acaba determinando a capacidade de   uma pessoa resolver problemas e  adaptar sua performance de acordo com o  contexto  no qual está inserida.
   A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na transmissão de informação. Essa modalidade de ensino é desenvolvida por meio de currículo oculto e começa a ser  mais efetiva após o segundo ciclo, onde os conteúdos são fragmentados, ensinados por disciplinas e professores diferentes, continuando assim até a faculdade, dificultando a  aprendizagem  e a continuação desse aprender  após  a educação escolar.Eles deveriam aprender  a buscar informações, aprender como usá-las, e assim, apropriarem-se dessa experiência, convertendo-se em algo pessoal .Aprendendo assim,  as duas formas de aprendizagem que acontecem nos diferentes períodos da nossa vida.

MAPA CONCEITUAL- Diagnóstico da escola



Formulário para o  Diagnóstico da atividade 1.4

Tecnologias na Escola - parte 1

Nome do Cursista: (s) Maria do Socorro Alves de Morais
Função (na escola): Professora
Unidade escolar: Escola Municipal “Cipriano Lopes Galvão”
Endereço da escola: Fazenda Totoró
Data da coleta dos dados: 26/04/2011

1.     Projetos/Programas Implantados na Escola


RIVED


TV Escola

X
ProInfo Integrado:      (  X ) 40 Horas             (   ) 100 Horas  (    ) Projeto 40 horas

X
Radio Escola


GESAC


Aluno Integrado


Específicos Da EscolaQuais?________________________________________________________________

x
Gestar


Outro(s) Quais?__Intercâmbio de leitores,Escola Ativa, Leitura e Escrita_e outros.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Pessoal Envolvido

x
Alunos - Séries:

x
Professores

x
Gestores


Multiplicadores


Técnicos


Outro(s)Qual (is)?_________________________________________________________________________

3. Equipamentos Existentes na Escola

01
TV

01
DVD play

-
Videocassete

-
Gravador de dvd externo                


Computador

01
Receptor de satélite


Projetor de multimídias

01
Câmera digital


Filmadora

01
Scanner

01
Equipamento de Som (caixa acústica, mesa de som, microfone)



Tela de Projeção

02

Outro(s)Qual (is): Notebook, impressora

4. Equipamentos Existentes no Laboratório de Informática da Escola

5
Computadores - quantidade:


Impressora

-

Scanner

4. Recursos Existentes na Escola

X
Internet – Banda Larga : (   ) sim         Não (   )


Softwares educacionais


Biblioteca


Videoteca

X
DVD Escola (Volumes I, II e III)

Tecnologias na Escola - parte 2


4. Organização para Uso dos equipamentos

-
Professores na telessala



Professores no LIE



Professores na Biblioteca/Sala de Leitura

5. Os Professores da Escola Sabem Utilizar as Tecnologias


A maioria


Alguns

x
Poucos


Nenhum

x
A equipe gestora da escola utiliza as tecnologias? Quem?

6. Caso tenha mais de um Projeto na escola, identificar aquele que considera mais relevante para preencher as informações relacionadas a seguir:

Projeto:_________________________________________________________________________________________

7. O Trabalho Pedagógico com as Tecnologias é feito de forma:


Esporádica, dependendo da necessidade dos professores


Esporádica, dependendo do interesse dos alunos


Esporádica, dependendo da disponibilidade de tempo do professor


Esporádica, dependendo da disponibilidade de utilização dos equipamentos existentes na escola


Planejada pelos gestores da escola

x
Planejada pelos professores de determinada área ou série


Planejada conjuntamente pelos gestores e professores da escola

x
Existe um cronograma (atividades, série, prazos) de uso da tecnologia na escola?Quem faz?__coordenadora do proinfo  com a supervisão___________________________________________________________________________________

Entrevista com o prof. Antonio Nóvoa- Ser Professor hoje


Antonio Nóvoa
Realizada em: 13/9/2001
Atuação: Professor titular da Universidade de Lisboa.  
Obras: Vida de professores. 2. ed. Portugal: Porto, 2000; Profissão professor. 3. ed. Portugal: Porto, 2003; Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992; As organizações escolares em análise. Lisboa: D. Quixote, 1992. 
Matrizes Curriculares
Salto – Professor, o que é ser professor hoje? Ser professor atualmente é mais complexo do que foi no passado?
Antonio Nóvoa – É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e  com a complexidade social, o que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola, de todos os grupos sociais, dos mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando toda essa gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola atinge uma enorme complexidade que não existia no passado. Hoje em dia é, certamente, mais complexo e mais difícil ser professor do que era há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta complexidade acentua-se, ainda, pelo fato de a própria sociedade ter, por vezes, dificuldade em saber para que ela quer a escola. A escola foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de promoção social durante muito tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em ter uma clareza, uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola. E essa incerteza, muitas vezes, transforma o professor num profissional que vive numa situação amargurada, que vive numa situação difícil e complicada pela complexidade do seu trabalho, que é maior do que no passado. Mas isso acontece, também, por essa incerteza de fins e de objetivos que existe hoje em dia na sociedade.
Salto – Como o senhor entende a formação continuada de professores? Qual o papel da escola nessa formação?
Antonio Nóvoa – Durante muito tempo, quando nós falávamos em formação de professores, falávamos essencialmente da formação inicial do professor. Essa era a referência principal: preparavam-se os professores que, depois, iam durante 30, 40 anos exercer essa profissão. Hoje em dia, é impensável imaginar esta situação. Isto é, a formação de professores é  algo, como eu costumo dizer, que se estabelece num continuum. Que começa nas escolas de formação inicial, que continua nos primeiros anos de exercício profissional. Os primeiros anos do professor – que, a meu ver, são absolutamente decisivos para o futuro de cada um dos professores e para a sua integração harmoniosa na profissão – continuam ao longo de toda a vida profissional, através de práticas de formação continuada. Estas práticas de formação continuada devem ter como pólo de referência as escolas. São as escolas e os professores organizados nas suas escolas que podem decidir quais são os melhores meios, os melhores métodos e as melhores formas de assegurar esta formação continuada. Com isto, eu não quero dizer que não seja muito importante o trabalho de especialistas, o trabalho de universitários nessa colaboração. Mas a lógica da formação continuada deve ser centrada nas escolas e deve estar centrada numa organização dos próprios professores.
Salto – Que competências são necessárias para a prática do professor?
Antonio Nóvoa – Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido feitas ao longo dos últimos anos, essa tem sido a pergunta mais freqüentemente posta e há uma imensa lista competências. Estou a me lembrar que ainda há 3 ou 4 dias estive a ver com um colega meu estrangeiro, justamente, uma lista de 10 competências para uma profissão. Podíamos listar aqui um conjunto enorme de competências do ponto de vista da ação profissional dos professores.
Resumindo, eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de organização. Isto é, o professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de conhecimento, mas também não é apenas uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais. Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de uma organização mais ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há aqui, portanto, uma dimensão da organização das aprendizagens, do que eu designo, a organização do trabalho escolar e esta organização do trabalho escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples trabalho do ensino, é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas competências de organização são absolutamente essenciais para um professor.
Há um segundo nível de competências que, a meu ver, são muito importantes também, que são as competências relacionadas com a compreensão do conhecimento. Há uma velha brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece que terá sido dita, inicialmente, por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre isso, que dizia que: "quem sabe faz, quem não sabe ensina".
Hoje em dia esta brincadeira podia ser substituída por uma outra: "quem compreende o conhecimento". Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula. Esta compreensão do conhecimento é, absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores. Eu tenderia, portanto, a acentuar esses dois planos: o plano do professor como um organizador do trabalho escolar, nas suas diversas dimensões e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende um determinado conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua transposição didática, como agora se diz, no sentido da sua capacidade de ensinar a um grupo de alunos.

Salto – O que é ser professor pesquisador e reflexivo? E, essas capacidades são inerentes à profissão do docente?
Antonio Nóvoa – O paradigma do professor reflexivo, isto é, do professor que reflete sobre a sua prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática é o paradigma hoje em dia dominante na área de formação de professores. Por vezes é um paradigma um bocadinho retórico e eu, um pouco também, em jeito de brincadeira, mais de uma vez já disse que o que me importa mais é saber como é que os professores refletiam antes que os universitários tivessem decidido que eles deveriam ser professores reflexivos. Identificar essas práticas de reflexão – que sempre existiram na profissão docente, é impossível alguém imaginar uma profissão docente em que essas práticas reflexivas não existissem – tentar identificá-las e construir as condições para que elas possam se desenvolver.
Eu diria que elas não são inerentes à profissão docente, no sentido de serem naturais, mas que elas são inerentes, no sentido em que elas são essenciais para a profissão. E, portanto, tem que se criar um conjunto de condições, um conjunto de regras, um conjunto de lógicas de trabalho e, em particular, e eu insisto neste ponto, criar lógicas de trabalho coletivos dentro das escolas,  a partir das quais – através da reflexão, através da troca de experiências, através da partilha  –  seja possível dar origem a uma atitude reflexiva da parte dos professores. Eu disse e julgo que vale a pena insistir nesse ponto.
A experiência é muito importante, mas a experiência de cada um só se transforma em conhecimento através desta análise sistemática das práticas. Uma análise que é análise individual, mas que é também coletiva, ou seja, feita  com os colegas, nas escolas e em situações de formação.

Salto – E o professor pesquisador?
Antonio Nóvoa – O professor pesquisador e o professor reflexivo, no fundo, correspondem a correntes diferentes para dizer a mesma coisa. São nomes distintos, maneiras diferentes dos teóricos da literatura pedagógica abordarem uma mesma realidade. A realidade é que o professor pesquisador é aquele que pesquisa ou que reflete sobre a sua prática. Portanto, aqui estamos dentro do paradigma do professor reflexivo. É evidente que podemos encontrar dezenas de textos para explicar a diferença entre esses conceitos, mas creio que, no fundo, no fundo, eles fazem parte de um mesmo movimento de preocupação com um professor que é um professor indagador, que é um professor que assume a sua própria realidade escolar como um objeto de pesquisa, como objeto de reflexão, com objeto de análise. Mas, insisto neste ponto, a experiência por si só não é formadora. John Dewey, pedagogo americano e sociólogo do princípio do século, dizia: "quando se afirma que o professor tem 10 anos de experiência, dá para dizer que ele tem 10 anos de experiência ou que ele tem um ano de experiência repetido 10 vezes". E, na verdade, há muitas vezes esta idéia. Experiência, por si só, pode ser uma mera repetição, uma mera rotina, não é ela que é formadora. Formadora é a reflexão sobre essa experiência, ou a pesquisa sobre essa experiência.
Salto – A sociedade espera muito dos professores. Espera que eles gerenciem o seu percurso profissional, tematizem a própria prática, além de exercer sua prática pedagógica em sala de aula. Qual a contrapartida que o sistema deve oferecer aos professores para que isso aconteça?
Antonio Nóvoa – Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um excesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais as escolas.
As escolas, talvez, resumindo numa frase (...), as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada funciona. Acontece que, por uma espécie de um paradoxo, as coisas que não podemos assegurar que existam na sociedade, nós temos tendência a projetá-las para dentro da escola e a sobrecarregar os professores com um excesso de missões. Os pais não são autoritários, ou não conseguem assegurar a autoridade, pois se pede ainda mais autoridade para a escola. Os pais não conseguem assegurar a disciplina, pede-se ainda mais disciplina  a escola. Os pais não conseguem que os filhos leiam em casa, pede-se a escola que os filhos aprendam a ler. É legítimo eles pedirem sobre a escola, a escola está lá para cumprir uma determinada missão, mas não é legítimo que sejam uma espécie de vasos comunicantes ao contrário. Que cada vez que a sociedade tem menos capacidade para fazer certas coisas, mais sobem as exigências sobre a escola.
E isto é um paradoxo absolutamente intolerável e tem criado  para os professores uma situação insustentável do ponto de vista profissional, submetendo-os a uma crítica pública, submetendo-os a uma violência simbólica nos jornais, na sociedade, etc. o que é absolutamente intolerável. Eu creio que os professores podem e devem exigir duas coisas absolutamente essenciais que são:
  • Uma, é calma e tranqüilidade para o exercício do seu trabalho, eles precisam estar num ambiente, eles precisam estar rodeados de um ambiente social, precisam estar rodeados de um ambiente comunitário que lhes permita essa calma e essa tranqüilidade para o seu trabalho. Quer dizer, não é possível trabalhar pedagogicamente no meio do ruído, no meio do barulho, no meio da crítica, no meio da insinuação. É absolutamente impossível esse tipo de trabalho. As pessoas têm que assegurar essa calma e essa tranqüilidade.
  • E, por outro lado, é essencial ter condições de dignidade profissional. E esta dignidade profissional passa certamente por questões materiais, por questões do salário, passa também por boas questões de formação, e passa por questões de boas carreiras profissionais. Quer dizer, não é possível imaginar que os professores tenham condições para responder a este aumento absolutamente imensurável de missões, de exigências no meio de uma crítica feroz, no meio de situações intoleráveis, de acusação aos professores e às escolas.
Eu creio que há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e que são aspectos extremamente importantes, porque no passado os professores não tiveram, por exemplo, os professores nunca tiveram situações materiais e econômicas muito boas, mas tinham prestígio e uma dignidade social que, em grande parte completavam algumas dessas deficiências – para além desses aspectos sociais de que eu falei a pouco e que são essenciais para o  professor no novo milênio, neste milênio que estamos, eu creio que pensando internamente a profissão, há dois aspectos que me parecem essenciais. O primeiro é que os professores se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não passa apenas, eu insisto bem, apenas pelas tradicionais práticas associativas e sindicais – passa também por novos modelos de organização, como comunidade profissional, como coletivo docente, dentro das escolas, por grupos disciplinares e conseguirem deste modo exercer um papel com profissão, que é mais ampla do que o papel que tem exercido até agora. As questões dos professorado enquanto coletivo parecem-me essenciais. Sem desvalorizar as questões sindicais tradicionais, ou associativas, creio que é preciso ir mais longe nesta organização coletiva do professorado.
O segundo ponto – e que tem muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo como conhecimento profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cientistas, que pertence às pessoas da história, das ciências, etc., e que os professores devem de ter. Há certamente um conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que os professores devem de ter também. Mas, além disso há um conhecimento profissional que não é nem um conhecimento científico, nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na prática, que é um conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa experiência.
A valorização desse conhecimento profissional, a meu ver, é essencial para os professores neste novo milênio. Creio, portanto, que minha resposta passaria por estas duas questões: a organização como comunidade profissional e a organização e sistematização de um conhecimento profissional específico dos professores.
Salto – O senhor diz em um texto que a sua intenção é olhar para o presente dos professores, identificando os sentidos atuais do trabalho educativo. Em relação ao Brasil o que o senhor vê: o que já avançou na formação dos professores brasileiros e o que ainda precisa avançar?
Antonio Nóvoa – É muito difícil para mim e nem seria muito correto estar a tecer grandes considerações sobre a realidade brasileira. Primeiro porque é uma realidade que, apesar de eu cá ter vindo algumas vezes, que eu conheço ainda mal, infelizmente, espero vir a conhecer melhor e, por outro lado, porque não seria (...) da minha parte tecer grandes considerações sobre isso.
No entanto, eu julgo poder dizer duas coisas. A primeira é que os debates que há no Brasil sobre formação de professores e sobre a escola são os mesmos debates que se tem um pouco por todo mundo. Quem circula, como eu circulo, dentro dos diversos países europeus, na América do Norte e outros lugares, percebe que estas questões, as questões que nos colocam no final das palestras, as perguntas que nos fazem são, regra geral, as mesmas de alguns países para os outros. Não há, portanto, uma grande especificidade dos fatos travados no Brasil em relação a outros países do mundo e, em particular, em relação a Portugal. Creio que houve, obviamente, avanços enormes na formação dos professores nos últimos anos, mas houve também grandes contradições. E a contradição principal que eu sinto é que se avançou muito do ponto de vista da análise teórica, se avançou muito do ponto de vista da reflexão, mas se avançou relativamente pouco das práticas da formação de professores, da criação e da consolidação de dispositivos novos e consistentes de formação de professores. E essa decalagem entre o discurso teórico e a prática concreta da formação de professores é preciso ultrapassá-la e ultrapassá-la rapidamente. Devo dizer, no entanto, também, que se os problemas são os mesmos, se as questões são as mesmas, se o nível de reflexão é o mesmo, eu creio que a comunidade científica brasileira está ao nível das comunidades científicas ou pedagógicas dos outros países do mundo. Se essas realidades são as mesmas é evidente que há um nível, que eu diria, um nível material, um nível de dificuldades materiais, de dificuldades materiais nas escolas, de dificuldades materiais relacionadas com os salários dos professores, de dificuldades materiais relacionadas com as condições das instituições de formação de professores que são, provavelmente, mais graves no Brasil do que em outros países que eu conheço.
Terão aqui, evidentemente, problemas que têm a ver com as dificuldades históricas de desenvolvimento da escola no Brasil e das escolas de formação de professores e que, portanto, é importante enfrentá-los e enfrentá-los com coragem e enfrentá-los de forma não ingênua, mas também de forma não derrotista. Creio, por isso, que devemos perceber que no Brasil, como nos outros países, as perguntas são as mesmas, as nossas empolgações são as mesmas, mas é verdade que há aqui por vezes dificuldades que eu chamaria de ordem material, maiores do que as existem em outros países e que é absolutamente essencial que com a vossa capacidade de produzir ciência, com a vossa capacidade de fazer escola e com a vossa capacidade de acreditar como educadores possam ultrapassar essas dificuldades nos próximos anos. E esses são, sinceramente, os meus desejos e na medida que meu contributo, pequeno que ele seja, possa ser dado, podem, evidentemente, contar comigo para essa tarefa.

Conclusão de uma WebQuest

A Conclusão deve resumir, em poucas frases, os assuntos explorados na webquest e os objetivos supostamente atingidos. 
A conclusão é também o espaço para incentivar o aluno a continuar refletindo sobre o assunto, através de questões retóricas e links adicionais.


 

AVALIAÇÃO DA WEBQUEST

Na seção Avaliação, o aluno deve ser informado sobre como o seu desempenho será avaliado e em que casos a verificação será individual ou coletiva.